É importante alertar os administradores sobre os riscos do mau uso do conceito de ética.
Com base em experiência profissional da autora, o artigo reforça e incentiva a criação e a manutenção de programas de ética coerentes e consistentes com os sistemas de valores da organização, seja ela pública ou privada.
De diversas formas a ética empresarial ou pública vem sendo usada ou interpretada erroneamente. O que poderia ser capitalizado para fortalecer os valores e a imagem da organização, pode se tornar objeto de oportunismo e de lucro fácil, provocando perdas incomensuráveis no longo prazo. O objetivo do artigo é discutir algumas dessas falácias, alertando executivos e acadêmicos sobre os riscos da distorção ou ma fé no uso da ética.
A ética vale a pena. Com este princípio em mente, muitas empresas brasileiras vêm criando para seus colaboradores sistemas de valores e implementando códigos de ética e programas de compliance ou conformidade.
Recuperar a imagem é um processo longo e demanda um investimento incalculável. O caminho fica aberto para os concorrentes que primam por condutas éticas.
A consistência entre o que é falado e vivido, entre o que é solicitado e o que é oferecido, a coerência, enfim, é o que move as pessoas a lutarem por melhores padrões éticos de atuação.
A ética se traduz em sobrevivência das empresas no longo prazo. Os valores individuais e da sociedade devem ser preservados. Nas empresas ou organizações públicas, eles não podem ser sufocados pelas metas de produtividade e consumo, como um investimento ou propriedade dos acionistas ou dirigentes.
Não poucas vezes se descobre que o atributo ético do produto não é verdadeiro, e o que era um instrumento de marketing novamente passa a ser o demarketing da ética.
Ser ético envolve mais do que promover ações e resultados de caráter social.
Custa acreditar que profissionais não capacitados busquem na Ética um caminho para sua subsistência, usando de má fé.
(#) Profa. Dra. Maria Cecilia Coutinho de Arruda, LPEC
Membro do GEES – CRASP
Diretora – Hetica Treinamento Empresarial
Presidente ALENE – Associação Latino-americana de Ética, Negócios e Economia